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Como o ambiente familiar pode contribuir (ou não) para que seu filho tenha depressão no futuro

Embora a depressão seja um tema de discussão bastante ampla, com o maior entendimento que atualmente temos sobre o cérebro e as emoções, podemos compreender melhor como o ambiente doméstico pode contribuir para que uma pessoa desenvolva depressão no futuro.


Eu sou a Mariana Miguel, Psicóloga de mães, pós-graduada em Psicologia Perinatal e da Parentalidade!


Uma criança que não pode expressar suas emoções – principalmente a ira – porque isso acarretaria em ver os pais bravos e decepcionados com ela - ou até mesmo castigos e punições - ela aprende a enterrar seus sentimentos. Ela vai deixando de estar conectada consigo mesma e com o mundo ao redor, podendo até mesmo se tornar apática e desinteressada.


Na tentativa de se proteger e não decepcionar os pais, uma criança pode sim sufocar o que sente. E isso exige muita, muita energia emocional.  Entretanto, os sentimentos enterrados não vão desaparecer...eles vão ficar ali, se acumulando, até que um dia, explodem...


Muitas dessas “explosões” vêm em forma de depressão.


Por isso, nós, mães e pais, que temos a imensa responsabilidade de formar o mundo emocional de nossos filhos, precisamos aprender a lidar com as nossas próprias reações de ira, para não transmitir uma ideia errada à criança – de que ela precisa enterrar seus sentimentos de raiva e frustração porque nós não conseguimos lidar com eles. Não conseguimos lidar nem com os nossos, que dirá com o deles.


"Os pais que não aprenderam a controlar a própria ira provavelmente não são capazes de educar os filhos a controlá-la. No entanto, esse tipo de instrução é essencial para o bem estar dos filhos e da sociedade.


A ira é uma emoção pouco compreendida – não sabemos por que a sentimos nem como podemos expressá-la apropriadamente; também desconhecemos como lidar de forma diferente com as frustrações. Se nós, pais, não soubermos o que é a ira e como lidar com ela de modo apropriado, não seremos capazes de ensinar a nossos filhos como agir quando se sentirem irados. Sim, quando, porque todos nós, pais e filhos, ficaremos irados todos os dias.


Entenda que a ira em si é uma reação humana normal, nem boa nem má. O problema é como lidamos com ela. Teremos bons resultados se ela nos energizar e nos motivar a tomar atitudes que antes nos faziam permanecer inertes.


A ira não tratada está relacionada a cada problema, atual ou futuro, que seu filho enfrenta ou enfrentará – desde notas baixas na escola e relacionamentos prejudicados até a possibilidade de suicídio. É extremamente importante que você faça o possível para salvaguardar seu filho, hoje e no futuro.

Se seu filho aprender a lidar bem com a ira, ele terá grande vantagem na vida. A maioria dos problemas será evitada e seu filho terá mais capacidade para usar a ira em benefício próprio, em vez de permitir que ela se volte contra ele.


É igualmente importante que os pais aprendam a administrar a própria ira ao interagir com os filhos. Poucos adultos dominam a arte de lidar com a ira.


Reconheça que os filhos não têm nenhuma defesa contra a ira dos pais. A raiva que você descarrega em seu filho, vai direto para dentro dele. Se você fizer isso com frequência, é provável que a ira reprimida se manifeste em forma de comportamento passivo-agressivo. Ou seja, seu filho se revolta contra você, de uma maneira indireta, fazendo justamente o oposto do que você deseja. Essa é a maneira mais comum e destrutiva de lidar com a ira. Conforme a criança cresce, ela pode passar a se opor a toda forma de autoridade, como o professor, patrão, leis, normas da sociedade, polícia, enfim, qualquer pessoa ou sistema de valores que representem autoridade. Com isso, os relacionamentos e o futuro dessa criança, serão grandemente prejudicados se ela não aprender a lidar com a ira de uma maneira mais madura.


A maioria das pessoas não entende a ira nem as formas pelas quais ela pode ser controlada. Muitos pais cometem o trágico erro de pensar que todas as formas de ira são condenáveis e passíveis de disciplina. Esse método não funciona e não traz nenhum benefício às crianças; não as educa a lidar com a ira de forma construtiva. Consequentemente, elas continuam incapazes de controlá-la na fase adulta, assim como seus pais. Precisamos ensinar nossos filhos desde pequenos a lidar com a ira de modo correto. Não é possível eliminar a ira com castigos.


Controlar a ira é a parte mais difícil que cabe aos pais, porque os filhos são limitados nas formas de expressá-la. Eles têm apenas 2 opções: expressão verbal ou comportamental, e os pais têm dificuldade de lidar com ambas. Acham complicado que a ira precisa ser extravasada de alguma forma – que não pode ser totalmente reprimida. Resultado: muitos pais reagem de maneiras erradas e destrutivas diante das manifestações da ira dos filhos.


Ao refletir nessas 2 opções, reconheça que a expressão verbal é melhor que a comportamental. Quando seu filho descarrega a ira com palavras, você consegue orientá-lo a controlá-la de forma madura.

Portanto, quando seu filho se mostrar irado, ouça-o com calma. Deixe-o manifestar a ira verbalmente. Pode não ser agradável ouvi-la, porém é melhor que deixá-la ser extravasada pelo comportamento.

Infelizmente, quando as crianças extravasam a ira verbalmente, muitos pais gritam palavras como estas: “Como você se atreve a falar comigo desse jeito?  Nunca mais fale comigo assim, entendeu?”. Aí, sobram 2 opções para as crianças: obedecer e não manifestar a ira verbalmente ou desobedecer. Que situação difícil!


Aprender a lidar com a própria ira é um processo longo, que inclui treinamento, exemplo e paciência.

Deixar que a criança manifeste ira verbalmente pode parecer permissivo. Não é. Lembre-se que crianças de qualquer idade manifestam a ira naturalmente e de forma imatura. Para educá-las a manifestar de modo adequado a ira que sentem, vocês não podem simplesmente se mostrar aborrecidos com elas, forçando-as parar. Se agirem assim, a ira será totalmente reprimida, resultando em comportamento passivo-agressivo.


Se quiserem treinar seus filhos a controlar a ira de modo maduro, precisam permitir que eles a manifestem verbalmente, por mais desagradável que seja. Lembre-se: toda raiva é manifestada por meio de palavras ou de comportamento. Se não permitirem que ela seja expressada com palavras, a consequência será um comportamento passivo-agressivo.


Quando seu filho fala com raiva, não significa necessariamente que ele está sendo desrespeitoso. Observe e pergunte a si mesma qual é a atitude de seu filho ara com você a maior parte do tempo! A maioria das crianças respeita os pais 90% do tempo. Se isso se aplica a seu filho, e agora ele está manifestando a ira verbalmente a você por causa de uma determinada situação, isso é extremamente o que você deve desejar que aconteça.


Assim que seu filho extravasar toda a ira, você estará em excelente posição para instruí-lo.


Não tem como você ajudar seu filho a mudar um comportamento sem antes ajudá-lo a lidar com o que está sentindo.


Não é fácil ver seu filho manifestando ira e ainda se manter calma! Entretanto, quando você se comporta dessa maneira, está se forçando a amadurecer. E está livrando a si mesma e a sua família de problemas piores. Controle-se quando seu filho expressar ira verbalmente. E mantenha-se agradável, porém firme.


Com isso, não estou sugerindo que, com a intenção de ajudar seu filho a lidar com a ira, você deve concordar com a opinião dele. Porém, sugiro que ouça o ponto de vista de seu filho e procure entender as preocupações que o acomete. Depois você poderá julgar se eles estavam errados ou foram mal compreendidos. Às vezes, será necessário desculpar-se com seus filhos. Em outras ocasiões, você terá de explicar que tomou aquela decisão pensando nos melhores interesses deles. Mesmo que não gostem de sua decisão, eles a respeitarão se você parar para ouvi-los completamente e entender suas queixas."


(Trechos extraídos do livro As 5 Linguagens do Amor das Crianças, de Gary Chapman e Ross Campbell)


Somente o autoconhecimento e a autoeducação poderão nos guiar para um caminho de amor próprio, empatia, gestão das emoções e equilíbrio emocional. Uma mãe regulada pode ajudar um filho a lidar com o que sente! E saber reconhecer o que sente, se acolher, sentir-se amparado por outra pessoa de confiança e encontrar soluções para o problema, certamente é uma ótima prevenção para a depressão!


Para isso, estou aqui, como Psicóloga de Mães, atendendo aqueles que desejam avançar no seu desenvolvimento pessoal. Para mais informações sobre o meu trabalho, me envie uma mensagem.


Você tem em suas mãos a futura saúde mental de seu filho. O que você está fazendo com essa responsabilidade tão grande?


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