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NÃO DÁ PRA FALAR DE OBEDIÊNCIA, SEM FALAR DE AMOR.


Há uma frase famosa de Jane Nelsen, que resume, na minha visão, o pilar central da Disciplina Positiva e que deve moldar o nosso estilo de educação dos filhos. É esta: “A criança que se sente amada e aceita, não precisa se comportar mal” (Livro Disciplina Positiva).

A maioria dos pais deseja que os filhos sejam obedientes, mas pouquíssimos compreendem que obediência e amor incondicional caminham juntos. E quando um deles não ocorre, inevitavelmente, prejudica o outro!

Diante do exposto, você pode sentir-se chocada, porque você já ama (e muito) o seu filho! Por que, então, esse assunto seria relevante? Vamos entender isso melhor!

Eu sou a Mariana Miguel, Psicóloga de Mães, pós-graduada em Psicologia Perinatal e Parental.

Com o objetivo de conseguir obediência da criança, os pais focam no “mau comportamento” e usam métodos para contê-lo, provocando uma obediência pautada pelo medo. Obedecer por medo é uma resposta instintiva de sobrevivência, não verdadeira obediência!


"Quando nossos filhos obedecem para nos acalmar ou evitar uma punição, eles não estão nos obedecendo por amor, nem por respeito, nem por honra ou confiança. Eles estão nos obedecendo para evitar uma ameaça imaginária ou real de serem feridos – física ou emocionalmente – por nós. Isso é instinto de sobrevivência, não obediência motivada pela confiança e amor. É a confiança que dá espaço para a honra, respeito e obediência que irão acompanhar nossos filhos por toda a vida" (Dr. David e Amanda Erickson).


O “ingrediente” mais importante da parentalidade é a confiança que a criança tem nos pais. Sem esse elemento básico, nada mais funcionará, por mais que você tente!

                                                                                                                  

“Quando nossos filhos são pequenos, a confiança está enraizada e é intuitiva. Eles praticamente nascem confiando em nós e agarrando-se em nós para satisfazer as necessidades que têm. Entretanto, se nós não mantivermos uma forte conexão e apego com nossos filhos enquanto eles crescem, essa confiança começa a ser prejudicada. É aí que os estilos de educar autoritários ou permissivos, falham. Um, acaba com a confiança com regras duras e alto nível de exigência. O outro, através da negligência e falta de dedicação e cuidado. Mas o resultado de ambos é o mesmo: uma falta de confiança nos pais. Isso começa a aparecer de forma problemática talvez anos depois, na escola e se torna o principal motivo para problemas familiares na adolescência.

Se trabalharmos na construção de um relacionamento de confiança desde o início, poderemos liderar nossos filhos e eles irão, intuitivamente, confiar na nossa liderança. Eles conseguirão descansar no nosso amor, sem medo. Sem que precisem se esforçar para se sentirem seguros e amados incondicionalmente. Com confiança, eles poderão experimentar a alegria da obediência genuína, que floresce de um coração que confia porque está cheio de amor.

Quando nossos filhos são bem pequenos, essa idéia pode não parecer terrivelmente relevante. Estamos mais interessados em dicas para manejar as birras e brigas entre irmãos! Mas a confiança é fundamental. Ela é a fundação que faz todo resto do nosso maternar -  as estratégias, as estruturas, o trabalho essencial do discipulado – funcionar (Dr David e Amanda Erickson – tradução de Psicóloga Mariana Miguel).

“Quanto mais seu filho se sentir amado, mais amável será o comportamento dele” (Gary Chapman).

Isso significa que devemos encorajar nossos filhos a obedecerem através de uma disciplina amorosa, que ensina e guia-os, ao invés de amedrontá-los com punições. Quando encorajamos a obediência, a forma com que fazemos é tão importante quanto o motivo pelo qual fazemos.

Por isso que o grande segredo da educação de filhos não se trata de corrigir o mau comportamento, mas sim, de como fazer o filho se sentir amado diariamente. Quem se sente amado, não precisa de comportar mau.Não é sobre o quanto você ama seu filho. É sobre o quanto ele consegue sentir desse amor. Somente a criança que se SENTE genuinamente amada e cuidada consegue manifestar o que há de melhor em si mesma (se comportar bem).Portanto, a coisa mais sábia que você poderia fazer, como mãe, é aprender a comunicar o seu amor, de um jeito que seu filho entenda!

“Se amamos nossos filhos somente quando eles nos agradam (amor condicional) e se expressamos nosso amor por eles apenas nessas ocasiões, eles não se sentirão genuinamente amados. Isso prejudicará a auto-imagem deles, fará com que se sintam inseguros e, claro, impedirá que desenvolvam autocontrole, privando-os de assumir um comportamento mais maduro. Portanto, o desenvolvimento e o comportamento de nossos filhos são de responsabilidade nossa e deles.Se amamos nossos filhos somente quando eles cumprem nossas exigências e expectativas, eles se sentirão incompetentes e acreditarão que é inútil esforçar-se para fazer o melhor, uma vez que tudo que fizerem será insuficiente. Serão sempre atormentados pela insegurança, pela ansiedade, pela baixa auto-estima e pela ira. Para prevenir esses problemas, precisamos nos lembrar com frequência de nossa responsabilidade pelo completo crescimento deles.Se os amarmos incondicionalmente, eles se sentirão bem consigo mesmos e serão capazes de controlar a ansiedade e o comportamento até chegarem à fase adulta.

Quando seu filho se sente amado, torna-se muito mais fácil discipliná-lo e instruí-lo do que quando o tanque emocional dele está quase vazio.Precisamos encher o tanque emocional de nossas crianças com amor incondicional, pois esse é o verdadeiro amor. Um amor completo, que aceita e apoia a criança pelo que ela é, não pelo que ela faz. Não importa o que ela faça (ou não faça), os pais continuam a amá-la. Infelizmente, alguns pais expressam amor condicional, que depende de outros fatores. Esse tipo de amor se baseia no desempenho e quase sempre está associado a técnicas de treinamento que oferecem presentes, recompensas e privilégios às crianças que se comportam ou atuam de maneiras desejáveis.Claro que é necessário instruir e disciplinar nossos filhos, mas somente depois que seus tanques emocionais estiverem cheios (e reabastecidos, pois esvaziam com regularidade). Só o amor incondicional é capaz de evitar problemas como ressentimento, sensação de não ser amado, culpa, medo e insegurança. Só quando amamos nossos filhos incondicionalmente é que, de fato, somos capazes de entendê-los e de lidar com seus comportamentos, sejam bons ou ruins" (extraído do livro As 5 linguagens de amor das crianças, de Gary Chapman).A confiança e o amor podem ser reconstruídos. Até mesmo com adolescentes. Leva tempo e esforço. Requer investimento na relação e inúmeras provas de que você é digno da confiança daquela criança. Na verdade, é isso que todos nós estamos fazendo. Porque todos nós erramos. Todos nós falhamos com nossos filhos uma vez ou outra. Somos humanos. Então, temos que continuamente nutrir a relação e o apego para manter a confiança que nossos filhos têm em nós. E fazemos isso eliminando o medo dessa equação!

Repito: a obediência verdadeira é aquela que é motivada pela confiança e amor que a criança tem nos pais. A obediência motivada pelo medo, é apenas instinto de sobrevivência – através do qual a criança está ocupada em se proteger e não em responder ao amor e confiança que têm nos seus principais cuidadores.

 

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